domingo, 10 de abril de 2011

BULLYING - Stop it!

Olá alunos,

Parei um pouco neste domingo para falar sobre um assunto que está na moda, mas ainda é muito ignorado dentro e fora das escolas - o bullying.

Bully é a pessoa que fere ou machuca os outros por meio de palavras ou ações. Infelizmente, como educadora eu presencio isso diariamente, não só entre as crianças, mas também entre os adultos. Muitos ignoram ou não se importam com as sequelas que ficam em quem sofre esse tipo de agressão.

Ninguém quer ser humilhado, imagine-se sofrendo humilhações e sendo ridicularizado por todos na escola. Já ouvi alunos debochando dos colegas, chamando de burro a todo o momento, rindo em pequenos grupos sobre a forma como o colega se veste ou fala. Também vejo diariamente adultos irados com o corte de cabelo ou a maneira como um adolescente se veste, já vi muito adolescente se obrigar a cortar o cabelo, mudar de estilo por pressão dos adultos que diariamente diziam “isso é cabelo de maconheiro”, “ que coisa nojenta", " vai cortar esse cabelo, tenha cabelo de homem", e por aí vai...

Em sala de aula, já presenciei situações em que chamei um aluno para fazer leitura e a turma inteira ficar esperando o momento de rir da cara do colega, dizer que ele é o mais burro da sala.

Em sala de aula, vejo que alguns alunos nunca são convidados para participar de trabalhos em grupos, não porque sejam irresponsáveis, mas por terem algum tipo de deficiência física ou porque são muito tímidos.

Em todos os lugares também, costumo ver adultos tristes e desequilibrados. Muitos adultos, quando eram jovens, sofreram tantas humilhações dentro da própria família e em lugares de socialização como as escolas, que hoje são incapazes de darem um rumo para sua vida, possuem a autoestima dilacerada, sentem medo de fazer algo diferente, sentem medo de ser felizes, desistem de qualquer idéia nova, sentem a necessidade louca de chamar atenção de todos para se sentirem amados.

Não podemos ignorar que nossas ações terão enorme repercussão no espaço e no tempo, por menores que elas sejam. Não sabemos até onde pode chegar as consequências que o bullying pode trazer.

Diante da tragédia ocorrida no Rio de Janeiro, nos perguntamos "por que alguém faria o que Wellington fez?". Ninguém sabe ao certo o que motivou o atirador, mas já se sabe que quando garoto ele era vítima de Bullying na escola. Ele era tão quieto no seu canto, que um dos colegas chegou a dizer para ele "nos temos medo de ti, porque um dia tu ainda vais matar muita gente". Há quem diga que isso parece premonição, eu acredito que o colega talvez apenas tenha plantado uma idéia na cabeça de Wellington. Alguns adultos diriam "que bullying que nada, isso é falta de uma boa surra, no meu tempo a gente apanhava e vê se alguém ficou sequelado ou fez isso", mas como disse a vocês, nunca ouvi um adulto equilibrado dizer algo parecido.

Não podemos praticar bullying e nem deixar que nossos colegas o façam. Todos que são odiados aprendem a odiar, todos os que foram oprimidos aprenderam a ser opressores. Façamos o contrário, vamos respeitar a todos para que todos aprendam a respeitar, todos os que forem amados aprenderão a amar.

Fiquei muito triste ao ver a notícia da tragédia na TV, imaginei isso acontecendo na escola onde trabalho, imaginei isso acontecendo com os meus alunos e fui tomada por uma tristeza que ainda dura enquanto escrevo isso. Fiquei muito triste em perceber como algumas brincadeiras proferidas banalizaram o acontecimento em vez de provocar uma reflexão, me senti mal.

Sei que poucos de vocês ALUNOS lerão o que escrevi aqui, mas quem o fizer reflita sobre o perigo que algumas brincadeiras de mau gosto pode nos submeter, passe a diante a idéia da paz e da solidariedade entre os colegas. Não aceitem que seus amigos sejam humilhados ou humilhem alguém, plantem idéias de paz e amor.




1 comments:

Professora Aline disse...

Não seja mais um entre tantos que ficam só esperando a oportunidade de se auto afirmar às custas de um erro ou de um problema físico de um colega de classe. Afinal, você pode ser bonito (a), sarado (a), inteligente... mas aqui ou acolá poderá gaguejar, cair ou se dar mal! Assim é a vida: um dia fazemos tudo certo, no outro vacilamos; e quando vacilamos esperamos a tolerância daqueles que convivem conosco. Ressalte as qualidades daquela pessoa que achar diferente e veja que poderá fazer um (a) amigo (a) fiel..

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